Masculinidades negras

Aula 5

Questão de abertura

Em que medidas a representação das masculinidades negras divergem das representações das masculinidades brancas ? Como essas representações divergem? Porque estas representações divergem ?

As medidas de divergência

A representação das masclinidades negras e brancas divergem nos seguintes aspectos: representação da família, representação agressiva, variedade, cultura/natureza e humanidade.

O que a vida representa ?

É mais fácil se apontar a divergência no âmbito da representação da agressividade e da humanidade, o jovem homem negro inidentificado é um personagem comum nos programas policiais, essa aura de perigo sempre é assiada as masculinidades negras. Ao passo que quando homens brancos comitem crimes, a mídia sempre apresenta a história de vida deste indivíduo, e quando apresentão historias de homens negros, é em uma ótica para culpalos. Entra se também no aspecto humanidade o fato de não se tratar essas vidas da forma que merecem. As imagens mediatizadas sobrecarregam o aparelhos sensorial das pessoas de forma que ou elas acabam abstraindo a experiência e não processem mais aquelas imagens como o fim de vidas. Se espera de jornalistas a capacidade de analisar esse tipo de evento, porém reproduzir análises de forma mecanizada, não é interessante. Como nos fizeram notar a equipe de Code Switch, que optou por redifundir uma análise de 2018.

Poucas possibilidades de existência

Ao se medir a variedade, somos confrontados com a variedade de masculinidades brancas representadas em oposição as poucas manifestações de masculinidades negras. O homem branco é normalmente apresentado como civilizado ao passo que o homem negro seria um elemento da ordem do natural/sobrenatural.

A família idelaizada é a família branca, onde a mulher cuida das tarefas domésticas, esse modelo de família patriarcal raramente apresenta o homem negro como um bom pai. Ao mesmo tempo que o pai ideal seria branco. Então se opõe os valores associados ao bom pai de família, trabalhador e responsável, contra o que seria o mau pai de família.

A masculinidade negra é hipersexualizada, não são pessoas para casar. Aceitos apenas para momentos de lazer e inadequados para qualquer outro tipo de projeto e relações duradouras.

Ao mesmo tempo "preto e dinheiro são palavras rivais ?" os homens negros raramente são apresentados como figuras de sucesso na sociedade capitalista.

O gangsta rap mercantilizado

Eu não sou versado em gagnsta rap, então minha visão é que os valores promovidos por este gênero específio seriam o trabalho duro, a relação com a morte e uma relação de dominação para com as mulheres, e considerar mulheres uma questão menor, "eu tenho 99 problemas mas uma vadia não é um deles".

Investigando razões

O tráfico humano na quebrou as estruturas familiais, assim as famílias negras eram diferentes das famílias brancas. Outro aspecto ligado à hipersexualização é significação das formas que este elemento opera. O discurso centrado no falo.

O pênis teve diferentes valores na cultura romana, un penis mole era simbolo de infertilidade e o contrario da virilidade, enquanto na tradção helênica um penis mole era simbolo de auto controle. O valor em comum é o poder de controlar as ereções, pois o falo é um símbolo de poder. Com o racialismo, o tamanho do pênis é usado para justificar uma proximidade dos animais. E então justificar a bestialização.

Investigando o presente

Ao me questionar o porque dessas divergências, há uma grande vontade de situar a resposta no passado. As estruturas familiais foram impactadas pelo periodo de escravização e seu fim. Mas é possível também usar análise do presente, me pergunto então, quais estruturas existem hoje e que são preservadas por essas formas de narrativa ?

A américa branca tem medo da prosperidade das comunidades negras. E apresentar homens negros apenas como miseráveis serve para alimentar a narrativa que a prosperidade do país foi adquirida graças a competência das comunidades brancas.

Ao me quetionar sobre a morte, eu penso automaticamente à uma passagem em que Ta-Nehisi Coates nos oferece uma explicão para a origem desta representação.

“The crews, the young men who’d transmuted their fear into rage, were the greatest danger. The crews walked the blocks of their neighborhood, loud and rude, because it was only through their loud rudeness that they might feel any sense of security and power. They would break your jaw, stomp your face, and shoot you down to feel that power, to revel in the might of their own bodies.”

Excerpt From: Ta-Nehisi Coates. “Between the World and Me”.

Esse medo da morte que se manifesta como atos de demosntração de força e coragem ajuda a entender em parte essa identidade. Entretando cabe lembrar-me que as gravadoras eram em sua maioria controladas por homens brancos e ricos.

E isso explicaria porque letras tem que valorizar o individualismo e a meritocracia, pois estas eram os valores de base do capitalismo.

Questionando no Brasil

Se o homem patriarcal é o provedor, a mulher negra após a escravidão que se tornou a principal fonte de renda em diversas famílias. E esse aspecto contrasta ainda mais com uma forma de emasculção dos homens negros, que não podia ter acesso a terras nem ter acesso ao ideal de virilidade. Entretando não sei se isso justificaria a misoginia presente nas representações das masculinidades negras.Ainda mais quando as masculinidades brancas também são misóginas.

Proposições

bell hooks fala de mudança, e para isso necessitamos proposições. bell hooks propõe um modelo restorativo para reconstruir os homens. Ela trabalha com o conceito de maculinidade feminista.

Ao passo que no começo de "The Will to Change" ela nos explica as dores que afeta o movimento feminista e que alimentam essa ausência de homens nos movimentos feministas, nos capítulos posteriores ela diz que devemos apresentar um projeto de mascuilinidade.

Construção e proposição.

bell hooks diz que precisamos afirmar a masculinidade, e para se agir de forma afirmativa é necessário fazer proposições.

“This image of loving fatherhood embodies feminist masculinity in its most divine form. Healing the spirit, caring for the souls of boys and men, we must dare to proclaim our adoration, to bow down not to the male as dominator, but to the male as embodied divine spirit with whom we can unite in love, with no threat of separation, knowing a perfect love that is without fear.”

Excerpt From: hooks, bell. “The Will to Change: Men, Masculinity, and Love”.

No trecho final do capítulo 9, "healing the male spirit", bell hooks afirma que o amor não é um espaço para medo. Entretanto a aula sobre amor é a próxima.