Por que ler cultures of domination

O primeiro motivo é que é um post mortem de uma mobilização. Segundo é que é para não tentarmos reinventar a roda. E terceiro é que cultures of domination faz análises e proposições válidas em contextos militantes.

Cultures of domination foi escrito depois da ação global dos povos e contém a uma crítica a como certas coalições acabam excluindo minorias. Desde o canal escolhido para divulgar nossas ações ao modo como deixamos de sancionar certas ações em nome da autonomia.

Ler Cultures of domination é beber de uma fonte, e ao beber dessa fonte percebemos que ela bebe de outras fontes. E que os problemas que encontramos hoje já estavam presentes há muito tempo atrás1 . E que se o problema de atual estava presente em 2000, em 76 e hoje, não precisamos nos sentir tão mal de não conseguir resolvê-lo hoje. Essa leitura nos permite ser mais compreensivos com essas formas de ação.

Falando sobre compreensão, o texto fala sobre como podemos criar um movimento onde possamos tratar de questões de sexismo e racismo no movimento, as autoras escolherams esses temas pois são os que elas estão mais familiarizadas. Há a proposta de termos espaços onde as pessoas possam expor seus defeitos, pois acredita-se que militantes gostam de se ver como heróis. Nesses espaços onde eles não precisam ser heróis perfeitos, já que o mundo exterior os ataca constantemente, eles podem se confrontar com suas ações e erros e tem condições para evoluir em vez de negarem e se colocarem na defensiva.

Sobre essa ilusão de imagem perfeita, o texto critica também a masculinidade promovida por esses movimentos. Que acaba apenas criando uma nova norma. Ou seja, os homens tem que seguir esse modelo ideal sem questioná-lo, consolidando a categoria homem.

Eu acredito que a sua leitura do texto vai trazer outras interpretações e outrs pontos interessantes, mas esses são os pontos que me fizeram ir atrás deste texto e que me fazem recomendá-lo. Boa leitura

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Trashing the dark side of sisterhood é um texto que fala sobre pessoas do movimento agredindo pessoas do movimento, e sobre os malefícios desta prática. texto publicado em 1976